Dados recentes da Fundação SOS Mata Atlântica, por meio da ferramenta www.aquitemmata.org.br, apresenta São José dos Pinhais com ainda 1/3 de mata nativa, apesar dos perigos do loteamento irregular. A cidade tem tamanho de 94.643 hectares com 29.233 hectares de Mata Atlântica, segundo levantamento da Fundação SOS. Com área urbana central totalmente conurbada com a capital Curitiba, e extensa área rural nas colônias, a mata verde são-joseense está em localidades como na Serra da Guaricana, parte de São José com o Litoral e os municípios de Morretes e Guaratuba.
A referência de 1/3 de verde nativo em São José é providencial para projetos de Eco Turismo, apesar de não existirem políticas públicas relevantes voltadas à preservação das áreas particulares e consequentemente de vizinhança a territórios de domínio municipal, estadual ou federal. Medidas como Pagamento de Serviços Ambientais (PSA) estão em fase de regularização na Prefeitura e Estado.
Atualmente, o Turismo Rural é um mercado muito forte, mas formatado como turismo apenas doméstico, em que a grande maioria dos turistas é de Curitiba e procura roteiros gastronômicos próximos e sem pernoite.
A presença de ecoturistas contribui para a freada do processo de favelização da área rural, de forma que os empreendedores não precisam lotear suas áreas, reinvestindo na preservação de bosques e florestas, em um ciclo econômico de serviços com passeios, caminhadas, trekking e pedal, que contrata mão de obra local e gera o Turismo Sustentável.
Os programas de manutenção dos recursos hídricos como a Represa da Sanepar no Miringuava, com estimativa de conclusão em 2022, mais o Parque Nacional Guaricana, unidade federal de conservação do Instituto Chico Mendes, a ser aberto em médio e longo prazo, e que também contribuirá na conservação das nascentes que abastecem milhões de consumidores, são iniciativas, em elaboração, e que contemplam o Eco Turismo. As instituições, sendo no âmbito estadual e federal, apontam o setor do Turismo Ecológico como potencial para recebimento de ecoturistas de outros estados e países nos atrativos naturais particulares e públicos.
A Serra da Guaricana e a Patagônia
Outro estudo trata de um conjunto de trabalhos de empresas, entidades e profissionais por meio da proposta Grande Reserva Mata Atlântica (GRMA). A região metropolitana e o Litoral são base de pesquisas da Serra Verde Express, Fundação O Boticário e a OSCIP SPVS (Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental).
Em dezembro de 2018, via convite da SPVS e ICMBio, a Eco Guaricana participou do guiamento na Serra da Guaricana com o biólogo espanhol Ignacio Jiménez Pérez, que conduziu por quase duas décadas vários projetos de Turismo Ecológico na Patagônia, nas reservas ambientais particulares da Conservation Land Trust (CLT), na Argentina e Chile.
A pesquisa de Ignacio Pérez, que incluiu naquele ano observação em vôo do Aeroporto do Bacacheri por cima da Serra da Guaricana, destacando os potenciais da Serra como atrativos tão interessantes quanto da Patagônia, respeitando-se as particularidades e diferenças dos biomas, gerou o artigo científico Produção de Natureza: Parques, Rewilding e Desenvolvimento Local.
O artigo, que elenca possibilidades de lucro com a Natureza, foi lançado em 2019. O conteúdo é linha de produção da série de vídeos Grande Reserva Mata Atlântica, com episódios gravados em São José dos Pinhais, como o de número 01 que abre a temporada 02, intitulado O Caminho da Onça. O episódio mostra as onças pardas e pintadas flagradas por câmeras de segurança.
Artigo escrito por:
Marcos Rosa Filho
ACIAP Turismo
Eco Guaricana
Criador da Eco Guaricana, marca de Eco Turismo organizadora de passeios na Serra da Guaricana e Bacia do Miringuava. A empresa atua exclusivamente em Reservas Particulares de Proteção Natural (RPPNs) ou demais áreas privadas com interesse em preservação.
Fonte: ACIAP - Associação Empresarial de São José dos Pinhais
