Prevenção

quinta, 04 de fevereiro de 2016

OU VOCÊ FAZ SUA PARTE, OU O MOSQUITO VENCE

Campanha conclama o cidadão a, efetivamente, se engajar nas ações de combate ao Aedes Aegypti
Confira as dicas de cuidados que precisam ser feitos toda a semana

Reportagem e edição: Luiz Carlos Gnoatto
Combater o mosquito Aedes Aegypti, transmissor da Dengue, da Febre Chikungunya e do Zika Vírus, muito mais que um combate, se transformou em uma verdadeira guerra, na qual o mosquito está levando vantagem. Se a população não se conscientizar, e cada pessoa, mas cada pessoa mesmo, não começar a agir e não fizer a sua parte, o mosquito vai vencer a guerra.
Para se ter uma ideia da situação, no final da tarde de 1º de fevereiro, a secretaria de Saúde de Foz do Iguaçu decretou epidemia de Dengue na cidade. O número de casos confirmados, apenas em janeiro deste ano, ultrapassou o limite considerado seguro pelas autoridades de saúde. O último boletim epidemiológico da Vigilância mostra que em Foz do Iguaçu já foram notificados, somente neste ano, 1.184 casos de dengue. Até 1º de fevereiro, em 393 pacientes a doença foi confirmada.
E mais: recentemente, o governo da província argentina de Misiones, província que faz divisa com boa parte dos municípios desta região, declarou emergência epidemiológica e sanitária no combate à Dengue.
E ainda, no dia 1º de fevereiro, a Organização Mundial da Saúde – OMS declarou estado de emergência sanitária mundial, por conta da ameaça do Zika Vírus.
A palavra de ordem passou a ser não deixar o Aedes Aegypti nascer e se proliferar, e nesta guerra cada pessoa tem uma missão definida e precisa fazer a sua parte.

Hora H
Neste contexto, o sábado de Carnaval, 6 de fevereiro, foi escolhido, pelo Governo do Paraná, para a realização da campanha Hora H – Todos contra o mosquito da Dengue. A campanha será desenvolvida nos municípios do Estado, com o objetivo de convocar todos os paranaenses, sem exceção, a vistoriar casas e quintais simultaneamente, às 10horas, para eliminar criadouros do mosquito Aedes Aegypti.
O Governo de Santa Catarina também está desenvolvendo uma campanha de combate ao Aedes Aegypti, e o Primeiro Ciclo, que iniciou em 29 de janeiro, segue até 12 de fevereiro.
O secretário de Saúde de Barracão, Valdinei Battisti, município que tem caso de Dengue confirmado (importado) e dois casos de Zika Vírus em acompanhamento, destacou que essa guerra contra o Aedes Aegypti pode ser vencida, mas para isso a população precisa fazer a sua parte. “No momento, a única forma é impedir que o mosquito venha a nascer e se prolifere e isso depende, fundamentalmente, da participação de cada pessoa”, afirmou.
Valdinei enfatizou que esse trabalho de combate ao mosquito é uma responsabilidade de todos. “Precisamos adotar a cultura do ‘auto cuidado’ e não ficarmos sempre esperando pelos outros, pelo poder público, pela escola, pelo vizinho e assim por diante. Cada um precisa fazer a sua parte, diminuir o lixo que produz, cuidar de sua casa e de seu terreno, enfim, tomar todos os cuidados e reforçar o trabalho conjunto, pois é só assim que enfrentaremos essa ameaça, que vem se tornando cada dia mais perigosa para todos”, enfatizou.

Ambiente
Segundo dados da secretaria de Saúde do Paraná, no Estado, mais de 90% dos criadouros encontrados pelas equipes de saúde estão dentro de residências e quintais. O principal vilão é o lixo, mas todo objeto ou local que possa acumular água precisa ser verificado e eliminado.
Muitos focos do mosquito são identificados em locais de pouca visibilidade, como em ocos de árvore, ralos, reservatórios de água de geladeiras e ares condicionados e calhas, entre outros espaços.

Perigo
Segundo dados da secretaria de Saúde do Paraná, doze municípios paranaenses já entraram em situação de epidemia. Há o risco deste número aumentar, uma vez que três, em cada quatro municípios paranaenses, são considerados infestadas pelo Aedes Aegypti.

Atenção
A intenção da campanha Hora H – Todos contra a Dengue é fazer as pessoas assumirem o hábito de, uma vez por semana, vistoriarem suas residências, terrenos e quintais.
Para isso, a secretaria de Saúde do Paraná elaborou um Checklist, uma lista de cuidados e locais estratégicos para a proliferação do Aedes Aegypti, e que a população deve vistoriar, a cada 10 dias, no máximo, para eliminar criadouros e focos do mosquito.

Fique atento para os seguintes procedimentos:
Cacos de vidros nos muros: Vede com cimento ou quebre todos os cacos que possam acumular água.
Suporte de garrafão de água mineral: Lave-os sempre quando fizer a troca e mantenha-o vedado quando não estiver usando.
Caixas de água, cisternas e poços: Mantenha-os fechados e vedados. Tampe com tela aqueles que não têm tampa própria.
Tonéis e depósitos de água: Mantenha-os vedados. Os que não têm tampa devem ser escovados por dentro uma vez por semana e cobertos com tela.
Baldes e vasos de plantas vazios: Guarde-os em local coberto e com a boca para baixo.
Falhas nos rebocos: Conserte e preencha todos os locais, em pisos e paredes, que possam acumular água.
Objetos que possam acumular água: Tampinhas de garrafa, cascas de ovos, latinhas, copos descartáveis, embalagens plásticas e de vidro, e tantos outros objetos, coloque-os em um saco plástico, feche bem e jogue corretamente no lixo.
Vasilhas com água para animais: Os potes devem ser muito bem lavados, com água corrente e sabão, no mínimo duas vezes por semana.
Lagos, cascatas e espelhos de água decorativos: Mantenha-os sempre limpos, com água tratada com cloro, ou encha-os com areia. Crie peixes nesses locais, pois eles se alimentam com larvas do Aedes Aegypti. Mesmo assim a limpeza é fundamental.
Pratinhos de vasos e plantas: Mantenha-os limpos e encha-os até a boca com areia.
Lixo, entulho e pneus velhos: Mantenha sua casa sempre limpa, tanto seu interior quanto o seu quintal. Entulho e lixo devem ser descartados corretamente para não acumular água. Guarde os pneus em locais cobertos ou faça furos para não acumular água.
Lixeiras dentro e fora de casa: Mantenha a lixeira sempre tampada e protegida da chuva. Feche bem o saco plástico.
Garrafas pet e de vidro: Devem ser embaladas e descartadas corretamente na lixeira. As garrafas de vidro não descartadas devem ser guardadas de boca para baixo ou em local coberto.
Ralos: Tampe os ralos com tela ou mantenha-os vedados, principalmente os que estão fora de uso.
Lajes: Não deixe água acumular nas lajes, mantenha-as sempre secas.
Calhas: Limpe e nivele. Mantenha-as sempre sem folha e materiais que possam impedir a passagem da água.
Coletor de água da geladeira e do ar condicionado: Na parte de trás de algumas geladeiras existe um coletor de água. Lave-o uma vez por semana com água e sabão. O mesmo deve ser feito com bandejas do ar condicionado.
Vasos Sanitários: Deixe a tampa sempre fechada ou vede-o com plástico. Nos casos de banheiros com pouco uso, dê descarga pelo menos uma vez por semana e deixe-os sempre tampados.
Piscinas: Deixe a piscina sempre limpa. Use cloro para tratar a água e filtre periodicamente, mesmo que a piscina não esteja sendo usada.
Plantas que acumulam água: Muitas plantas, como as bromélias, acumulam água nos miolos das folhas ou flores. Retire, semanalmente, essa água acumulada.

Mantenha atenção total:
Os itens acima são apenas algumas dicas, dentre uma lista quase interminável de locais onde o Aedes Aegypti pode se proliferar, muitos deles improváveis e que a população nem se dá conta, como ocos de árvores e até as casquinhas daqueles caramujinhos que se criam nos quintais, que também acumulam água. Os locais são muitos e até improváveis. Fique atento e elimine toda a água que possa acumular. Impedir o Aedes Aegypti de nascer é a palavra de ordem.

Índices de infestação:
Os municípios são classificados pelo Índice Levantamento Rápido do Índice de Infestação por Aedes Aegypti – LIRAa. Índice inferior a 1% estão em condições satisfatórias; de 1% a 3,9% estão em situação de médio risco de epidemia; superior a 4%: há risco eminente de surto ou epidemia de Dengue. Na região, alguns municípios podem ser citados para exemplificar a classificação pelo índice do LIRAa que apresentam, segundo dados da Regional de Saúde de Francisco Beltrão: Planalto 9,64; Pranchita 9,60; Dois Vizinhos 9,20; Marmeleiro 7,90; Salto do Lontra 6,01; Capanema 5,30; Cruzeiro do Iguaçu 3,95; Santo Antonio do Sudoeste 2,60; Barracão 1,40.

Reportagem e edição: Luiz Carlos Gnoatto
Fonte: Luiz Carlos Gnoatto

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