O futuro do aeroporto de Pato Branco foi tema da palestra principal da noite de desta quarta-feira (20), no ciclo de seminários da VI Feira Casa e Construção. A explanação foi conduzida pelo especialista em Tráfego Aéreo Internacional e gestor de Handling da aviação civil internacional para a empresa Omyaviation, com sede em Zurich (Suíça), Clairton Hammer. O momento foi oportunizado pela Prefeitura e marcou, ainda, a reinauguração do auditório do Centro Regional de Eventos de Pato Branco.
O público formado por acadêmicos, profissionais e lideranças, pôde conhecer detalhes do programa do Governo Federal que destina investimentos em logística para possíveis aeroportos regionais, em que o Aeroporto Juvenal Cardoso, de Pato Branco, está entre os 15 elencados no estado do Paraná.
Na ocasião, o prefeito Augustinho Zucchi falou sobre a importância em estruturar e viabilizar o Aeroporto Juvenal Cardoso, tratativas que visam, sobretudo, o desenvolvimento econômico e social da cidade. ?Trabalhamos desde os primeiros dias de gestão para colocar o nosso aeroporto na rota e vôos regionais permanentes. O aeroporto é um indutor de desenvolvimento, não é questão de luxo, é uma necessidade. Por isso, precisamos reformular o nosso para que tenhamos condição de crescimento e sustentabilidade, acompanhando a pujança da nossa cidade?, disse Zucchi.
De acordo com Clairton Hammer, a Secretaria Nacional de Aviação Civil (SAC) já realizou o estudo de viabilidade técnica que identificou a demanda existente na cidade e região, o que confirma o potencial da estrutura, bem como sinaliza investimentos para ampliação e readequação do aeroporto de Pato Branco. ?Atualmente, o processo encontra-se na etapa final do estudo preliminar, depois irá para o anti-projeto que, se aprovado, seguirá para licitação e liberação de recursos pela SAC. Após estes trâmites, em 19 meses teremos a estrutura readequada?, enfatizou.
O projeto preliminar da SAC, conforme Hammer, aponta investimentos estimados entre R$ 48 e 55 milhões para adequar e ampliar a infraestrutura do Aeroporto Juvenal Cardoso. O projeto prevê, entre outras melhorias, a implantação de um terminal de passageiros,de um novo pátio de estacionamento e a adequação da pista. ?A construção de um novo aeroporto exigiria recursos na ordem de R$ 300 milhões, e levaria cerca de 15 anos para projetos, estruturação e funcionamento?, acrescentou.
A capacidade de operação também foi apontada pelo estudo, em que Pato Branco tem potencial para receber aeronaves ATR 72 e, inclusive, num segundo momento, Embraer 190 e Airbus A 319.
Linha aérea
Enquanto aguarda o andamento do projeto junto ao governo federal, a administração municipal trabalha em outra frente com o objetivo de buscar uma linha aérea. A estrutura disponível hoje, com algumas melhorias, permite que, em curto prazo, sejam possíveis operações de aviação comercial no Município.
?Atendendo ao planejamento da Prefeitura, queremos preparar o aeroporto para operar com aviação comercial o mais breve possível. Para tanto, precisamos proteger o entorno do aeroporto e melhorar a classificação do pavimento, qualificar os profissionais e fazer um preâmbulo de administração técnica. Pensando nisso, já estamos conversando com empresas aéreas?, salientou o especialista.
Neste sentido, as melhorias imediatas a partir da sinalização de operação de linha aérea, incluem novos equipamentos, capital humano e uma reforma no terminal. Estas intervenções seriam custeadas pela Prefeitura de Pato Branco.
Construções no entorno
Hammer explicou que a SAC orienta o Município para que mantenha a restrição de construção no entorno do aeroporto. Caso contrário, o plano base de estruturação do aeroporto pode ser comprometido, não tendo condições de oferecer vôos comerciais. ?Construções próximas ao aeroporto precisam atender legislação específica. O prefeito está correto em aplicar a lei e a penalidade seria a não vinda do investimento?, mencionou.
Para Hammer, a comunidade precisa se sensibilizar quanto a importância da postura da municipalidade, que tem caráter preventiva. ?O plano diretor do Município é feito com base no plano diretor do aeroporto, não o contrario. O que o prefeito quer é garantir que daqui 2 ou 10 anos, se tivermos que ampliar o aeroporto, não precisamos derrubar a casa ou o prédio de alguma família ou correr o risco de perder o investimento previsto?, reforçou.
Outro fator que fortalece o projeto de Pato Branco é o engajamento da Administração Municipal. ?O envolvimento do prefeito Zucchi diretamente no processo é um fator determinante para o sucesso do projeto. É um consenso na área aeronáutica de que, se não houver envolvimento do poder publico e da comunidade como um todo, da cidade e região, um aeroporto não se torna viável?, destacou o especialista, com mais de 30 anos de atuação na área.
Ciclo de Seminários
Antes do evento sobre o Aeroporto Municipal, o Ciclo de Seminários da Feira Casa& Construção teve a palestra do engenheiro de assistência técnica, Alex Sander Ambrosio, que falou sobre soluções prediais Tigre.
A VI Feira Casa & Construção é realizada pela Prefeitura de Pato Branco, Associação Empresarial de Pato Branco (ACEPB), Sebrae/PR, Faculdade Mater Dei, Cofeci-Creci, Associação Regional de Engenheiros e Arquitetos de Pato Branco (AREA-PB), com apoio do Sindicomércio.
Fonte: Assessoria de Imprensa