Como lidar com a pressão da maternidade e manter a saúde mental em equilíbrio?

quarta, 19 de maio de 2021

A psicóloga Franciely Ribeiro explicou mais sobre o assunto

Mente e emoções são partes integrantes da nossa saúde tão essencial à vida e tão impactantes em nossa realidade quanto o nosso corpo.  Falar em saúde mental não pode ser algo cercado de medos e preconceitos, pois essa deve ser uma das nossas prioridades todos os dias. Trazendo para a maternidade então, não precisamos e nem podemos cuidar dos outros sem cuidar de nós mesmas. E esse entendimento é um passo decisivo na busca do equilíbrio emocional tão importante nessa fase da mulher.

Os ciclos que envolvem a maternidade são acompanhados de experiências intensas e de grandes transformações sendo comum que a mulher fique mais sensível e vulnerável e assim precise de uma rede de apoio. O que ocorre é que muitas vezes as mães não sabem e não falam sobre essas dificuldades e têm medo de admitirem que precisam de apoio ao nível psicológico, mental, emocional, por receio de serem julgadas, consideradas incapazes de cuidar de seus filhos e de lidar com a maternidade. Muitas sofrem caladas.

Segundo explicado pela psicóloga Franciely Ribeiro, falar sobre saúde mental muitas vezes vem cercado de medos e preconceitos, mas é um assunto de suma importância e que deve ser uma de nossas prioridades no nosso dia a dia. Quando se trata de maternidade então é preciso uma atenção maior e não podemos nem devemos cuidar de outros sem mesmo antes cuidar de nós mesmas.

“E esse entendimento é um passo decisivo na busca do equilíbrio emocional tão importante nessa fase da mulher. A maternidade geralmente é acompanhada de experiências intensas e de grandes transformações, o que acaba se tornando comum o fato de a mulher ficar mais sensível e vulnerável, pois seu corpo está mudando, os papeis sociais mudam, e a vida toda pode ser que seja resignificada”, explicou.

Ela ainda afirmou que devido a esse estado de vulnerabilidade, inconstância e desconhecimento, é que pode ser importante, e bastante benéfico que a gestante possa participar de grupos de gestante, grupos terapêuticos, pré-natal psicológico, ou psicoterapia individual, no sentido de se permitir um encontro consigo mesma e com todas as mudanças psíquicas pelas quais está passando e ainda irá passar.

A profissional afirma que é importante também que as mulheres saibam e falem sobre a solidão do puerpério e da maternidade, para que possam antecipar-se e tentar, na medida de suas possibilidades, criar uma rede de apoio em seu entorno. “Ter com quem contar também pode ajudar a manter-se mentalmente sadia”, disse.

Ter filhos ou não é uma das decisões mais importante da vida mulher, portanto antes de tomar essa decisão é importante seguir algumas recomendações:

• Reflita se quer ou não ser mãe;
•  Se pode assumir essa responsabilidade;
• Se está consciente que sua vida vai dar um giro completo;
• Se está em uma vida estável com seu companheiro e se ele quer ser pai;
• Se tem uma estabilidade financeira e emocional;
• Conecte com você mesma, não deixe que opiniões alheias definam o seu caminho;

Lembrando que você é totalmente capaz de tomar decisões que lhe fará mais feliz, seja ela qual for. Dê tempo ao tempo e não ceda a nenhuma pressão externa.

Quais atividades podem ser inseridas no dia a dia das mães, para contribuir com o cuidado à saúde mental?

Para Franciely, o bem-estar físico e emocional é muito importante na maternidade, existem algumas atividades que poderão contribuir com a saúde mental. Atividades que podem ser realizadas individual e algumas no conforto de sua casa como por exemplo:

• Meditação;
• Exercício físico (podendo ser uma caminhada);
• Priorize o sono;
• Tenha momentos dedicados às pessoas queridas;
• Reserve um tempo para esporte e lazer;
• Esteja sempre em contato com a natureza;
• E procure algo que lhe de prazer.

Como uma mãe pode identificar que a sua saúde mental não está bem e que ela precisa de ajuda?

A psicóloga explica que o corpo está sempre dando indícios quando sua saúde não vai bem, e com a saúde mental não é diferente. Apesar de cada doença ter a sua particularidade, alguns sintomas são indicativos de que a ajuda de profissionais é necessária, como por exemplo:

• Qualidade do sono, noites mal dormidas ou excesso de sono;
• Falta de concentração;
• Ansiedade;
• Falta ou excesso de apetite;
• Alteração na libido, não sentir mais prazer ou vontade de se relacionar sexualmente.

“É importante buscar ajuda de profissionais assim que os sintomas surgirem, assim como manter uma boa alimentação e realizar exercícios, o corpo também necessita de estabilidade emocional para funcionar direito. Não espere que o problema aumente quanto mais cedo o tratamento for iniciado mais efetivo será”, alertou.