Ser inclusivo não é moda!
segunda, 03 de fevereiro de 2020
Confira algumas dicas preparadas pelo Sebrae para deixar seu negócio mais inclusivo para PcD
Atualmente, vivemos em uma sociedade plural em que existe diversos tipos de pessoas que merecem o melhor atendimento da sua empresa. É por este motivo que precisamos pensar em formas inclusivas para atender o público em geral. Segundo o Censo de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), existem mais de 46 milhões de pessoas com alguma deficiência no Brasil. Os tipos mais severos (visual, auditiva e física) chegam em aproximadamente 13 milhões de pessoas, ou seja, 6,68% da população. E, é claro, essas pessoas também frequentam lojas e buscam lazer, ou pelo menos tentam.
Ser inclusivo não é moda. As empresas têm a obrigação de oferecer o melhor atendimento ao cliente, independente de quem seja. Além disso, a acessibilidade para pessoas com deficiência não devia ser um diferencial na sociedade, uma vez que é lei. Pensando nisso, o Sebrae listou algumas dicas para tornar a sua empresa mais inclusiva.
O primeiro passo para que a sua empresa seja inclusiva é perguntar diretamente para as pessoas com deficiência sobre a melhor forma de atendimento, sem gerar possíveis constrangimentos para ambos os lados. O importante é deixar a pessoa confortável e em segurança, mas sempre respeitando os limites do cliente. Lembrando que o tratamento é diferente para cada pessoa.
Para atender um cliente cego, é preciso ser objetivo ao explicar as direções. Se for preciso, ofereça o braço ou ombro para acompanhá-lo até determinado local. Não deixe a pessoa falando sozinha, nem fale de forma diferente. Mantenha o tom normal de voz. Seja agradável para que a pessoa se sinta confortável com o atendimento. No caso de restaurantes, sempre avise ao cliente onde colou os pedidos da mesa de forma direta. Sirva as refeições no prato em forma de relógio. Oriente aos garçons e garçonetes para que se identifiquem pelo nome e que deixem claro que estão à disposição para ajudar, caso exista alguma dificuldade. Quanto aos cães-guias, oriente aos funcionários da empresa que esses animais são autorizados a entrar em qualquer lugar, exceto em UTIs e Centro de Queimados, uma vez são responsáveis por guiar o seu dono por meio da Lei nº 11.126.
Já para o atendimento de clientes surdos, é válido lembrar que existem dois tipos de alfabetização do mesmo, sendo em português ou libras (Linguagem Brasileira de Sinais). Por este motivo, é preciso ter cuidado ao abordar essa comunidade. O Decreto no. 5.296/2004 regulamenta as Leis nº 10.048 e nº 10.098, ambas de 2000. Este decreto obriga lugares públicos a oferecer serviços de atendimento para pessoas com deficiência auditiva, como intérpretes ou pessoas capacitadas em Libras. Caso não seja possível ter um tradutor e o cliente seja alfabetizado em língua portuguesa, opte por falar devagar propiciando a leitura labial e, se for necessário, ofereça papel e caneta para facilitar a comunicação.
Adequar a estrutura do seu estabelecimento é primordial para receber pessoas com deficiência física. Muitas são as adaptações. Preste atenção na ausência de degrau e espaço para circulação entre as mesas e cadeiras. Fique atento também à obrigatoriedade em relação aos acessórios e às barras de apoio em sanitários. Além disso, instrua funcionários para que fiquem de frente e no mesmo nível do olhar dos cadeirantes quando forem atendê-los. Acompanhe o passo das pessoas com mobilidade reduzida. Se achar que elas estão com dificuldades, ofereça ajuda e pergunte como proceder. Em 2004, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) produziu a Norma Brasileira 9.050/2004. Ela está entre o rol de normas de acessibilidade legitimadas pelo Decreto no. 5.296/2004. Entre elas está a de que os restaurantes têm a obrigação de oferecer mesas acessíveis aos cadeirantes (é recomendado que ao menos 5% das mesas para refeições sejam acessíveis – exige-se ao menos uma), balcões de atendimento com altura adequada a eles e cardápio em braile.
Vale lembrar que em caso de emergência, pessoas com deficiência requerem prioridade e os devidos cuidados. É importante que os funcionários de estabelecimentos comerciais saibam como agir de forma correta nessas ocasiões. Além disso, todo estabelecimento deve ter uma estrutura de sinalização adequada a pessoas que se locomovem com muletas e outros equipamentos auxiliares. São indicações sobre desníveis no ambiente e/ou sinalização tátil. Em casos de emergência ou perigo, emita um sinal sonoro para os deficientes visuais. Uma edificação acessível também é uma edificação segura. Ficar atento às normas de acessibilidade vai garantir que o seu estabelecimento seja seguro para todos, pessoas com ou sem deficiência.
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